sábado, 30 de maio de 2015

Tem mais Gente Aqui


Através de uma breve entrevista com alunos da rede pública infantil, no estado de São Paulo Capital,  foi possível registrar comentários e o comportamento de crianças com idades entre de 8 e 10 anos, orientadas a realizar uma desenho com o tema " Meu amigo diferente é especial":

"Sabe, ele é bem, mais bem velho que eu[...]. Gosto de brincar de pipa com o Leo,porque eu sempre ganho dele[...], eu só não gosto quando ele demora pra fazer as "coisas", tem hora que ele fica parado olhando pro céu, eu não entendo direito[...], acho que ele queria ser meu irmão, toda hora ele lembra que o nosso cabelo é loiro..." (Jonathan 9 anos)


 Não é difícil  perceber que o a"amigo"citado tem algum tipo de deficiência mental, mas o que não dificulta na hora da brincadeira, E fica claro que  por não ter o mesmo ritmo que Leonardo, Jonathan se sente valorizado por ser "melhor" em algo em relação ao um colega mais velho.

" O Matheus é muito brincalhão, todo tempo ele quer inventar uma brincadeira pra gente[...], acho muito engraçado quando eu desenho , ele sempre, sempre diz que ta bonito[...].As vezes eu tenho "dózinha" dele coitado, porque ele não pode ficar sozinho,lá na minha escolinha a tia Rose que cuida dele." ( Isabela 8 anos)



 Nesse relato Matheus é um deficiente visual, Isabela apesar de muito nova, já compreende que há uma dificuldade em seu amigo, e que o mesmo precisa de uma atenção especial, entretanto isso não dificulta sua brincadeira, se torna ate cômico quando menciona "acho muito engraçado quando eu desenho , ele sempre, sempre diz que ta bonito".
Mas o que chama atenção é que a presença de um colega deficiente, acaba trazendo uma certa maturidade, e aqueles que já possuem uma idade mais avançada claramente compreende melhor:

" Ele ficava lá quieto no canto dele, ele já morava na minha rua mais ainda não tinha falado com ele[...]. Gostei dele porque ele sempre me contava história, as vezes ele contava  mesma história e não percebia, mais eu fingia que não conhecia porque eu gostava quando ele falava, era calmo[..].Uma vez quase briguei com ele, porque ele era quieto demais, mais eu sabia que ele era assim porque era diferente[...], acho que ele não andava muito , porque ele ficava cansado de levar as muletas pra todo canto." ( Maria Eduarda 10 anos)

Felipe amigo de Maria Eduarda é deficiente físico, mas  sentimento de querer ajudar é nítido, o que mostra implicar no relacionamento entre crianças, muitas vezes não seria sua aparência, apesar de ter distinções em alguns casos, e sim a intervenção da opinião do âmbito familiar.


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